sábado, 12 de janeiro de 2013

Eu encontrei o que estava procurando

    A noite tem uma sutileza mágica. É incrível como as maiores descobertas, os melhores acontecimentos e os mais plenos pensamentos sempre ousam surgir no mesmo período. Dessa vez, foi com a presença de uma fada.
    Uma estatueta de fada amarela.
    Parece loucura, eu mesma achei ser loucura no princípio, mas depois... Depois tudo muda.
    A peguei nas mãos e comecei a conversar com ela apenas pela mente, então venci a falsa postura e resolvi deixar as palavras saírem de modo natural. Teimei com ela por ter olhos tão vagos, desdenhosos. Me submeti à sua antipatia e fiz dela minha pedra de reflexão.
    Foi então que consegui concluir uma das teorias que mais me inquietava: o credo.
    Quando era criança, minha mãe me guiou para a vida cristã. Não de forma severa, imposta, apenas a acompanhava na igreja e não tinha nenhuma formação para contestar áquilo que para mim já era algo natural. Afinal, por sermos um país "laico" a religião imposta ditatorialmente seria a Católica de uma forma ou de outra. Não adianta. Se você aparecer com um pensamento diferente será apedrejado e guiado novamente para o mesmo caminho.
    Deixo claro que não questiono nem reclamo do que minha mãe crê. Apenas afirmo que não saber sobre o cristianismo é inexorável.
    Cresci e algumas perguntas relacionadas ao surgimento do mundo assolavam minha mente continuamente - ninguém soube responder com clareza nenhuma delas. Eis aí o começo das dúvidas.
    Ceticismo? Melhor não usar esse termo. Digamos que precisava de uma abrangência maior sobre o tema.
    Eu estava a um passo de achar. Foi a fada que me deu coragem pra prosseguir. Devo isso à ela, e obviamente, a mim.

    Não peço para creem. Peço para entenderem. A algum tempo a ideia de que o "Deus" que todos acreditam não servia para o meu mundo agarrou-se aos meus pés. Passei a acreditar sutilmente em energia, mas sem fé. O tempo passou e com os grãos de areia formou-se a ampulheta. Bingo!
    Minha constatação foi por meios quase científicos - quase. O método científico seguiu uma linha tortuosa (sinuosa pra fazer referência ao nome do blog). Tese: tudo constituí-se de energia. Então começaram as observações. O corpo: se focarmos no átomo, veremos que ele se subdivide várias e várias vezes, além do quark, então se tornará provavelmente energia. O nosso corpo é movido por ela. Precisa de energia para tudo. Mas ainda não é esse tipo de energia. Se olharmos para qualquer local do nosso organismo e subdividirmos até o fim, descobriremos que eles não são feitos de nenhuma partícula sólida, algo palpável, mas talvez energia fluida. Nosso corpo é feito disso. Os impulsos que passam para o cérebro, do cérebro, para a medula espinhal, etc, são feitos de quê?  Pense. É essa energia que forma o que somos, está incrustada no íntimo, responsável pelo nosso funcionamento, emoções, razão, tudo. Visualizando agora o cérebro: dizem que Einstein usou 10% do cérebro ou 6% (não lembro), enquanto nós usamos 3% ou 2%. Imaginem agora o que faríamos se usássemos mais que isso? Imaginem!
     O que explica a tal "miraculosidade" dos sinestésicos? Loucura?! Quem sabe eles usem àquilo que somos incapazes. Lembro uma vez de terem mostrado-me um vídeo de pessoas que veem as cores e sabores do som. E não é apenas uma, são várias! Então, o que me dizem? Ainda é loucura? Quem sabe elas consigam ver a energia das ondas sonoras e dessa forma moldarem-na. Com certeza elas devem usar uma porcentagem maior do cérebro. Se esses meros humanos conseguem fazer isso, reflitam sobre o que poderíamos fazer com o resto. A energia do restante poderia, talvez, ser convertida em "magia". Poderíamos canalizar a energia que forma tanto nós quanto o mundo e moldá-la. Torná-la concreta.
    É provável que não consigamos isso agora. Uma nova raça mais evoluída pode surgir. Acredito fielmente nisso. Ou ela já pode existir. De certa forma, ela precisa existir para nos criar. Mas digo uma raça submissa igual a nossa, que não passa de um pó.
    Voltando a ciência. De que o universo foi formado? De energia! Na física: de que são feitos o movimento das partículas, de uma bola com determinada energia potencial gravitacional e cinética? Deixarei essa para vocês próprios responderem.
    O Deus que tantos creem pode sim existir, ou pode não existir. Ele pode receber o nome de Deus, Alá, Criador ou Criadora, Deuses, Elementais e tantos que eu não tenho conhecimento. Também pode ser chamado de Ser de Energia, como agora o chamo por ainda não ter um nome mais apropriado. Esse ser vive em um mundo fora do nosso, em um universo maior e que armazena a receita da vida. Mas a manutenção desse universo já é algo que preciso refletir. Provavelmente nunca acharei a resolução perfeita. Voltando... Penso no Ser de Energia enviando parte do seu ser, magia, poder, para o nosso mundo, criando o nosso começo. Essa visão é plácida, majestosa, me enche de uma realização que nunca pensei sentir. Esse Ser de Energia não me pede nada, não me pede para cultuá-lo, fazer com que viva só por ele, não pede para ser o meu soberano, tudo que pede é que eu sinta a energia, que a preserve e a use para o bem. A energia agora pulsa em meu ser, desperta e ativa para quando eu precisar. Nada mais revigorante do que você saber sua composição, descobrir o seu credo. Terminar uma teoria.
    Uma música da banda U2 que sempre tocou minha alma sem antes eu nem ao menos saber a tradução, dizia: "But I still haven't found what I'm looking for.
    Hoje posso dizer que eu encontrei o que estava procurando. E poderia jurar que a fada olhou diretamente para mim. E dessa vez com orgulho.