quinta-feira, 28 de julho de 2016

Tu que eu que nós maquinalmente dominamos o eu-lírico rides de mim. Mas ri sorumbaticamente.

Oh, pobre mariposa indomável, e não ao menos abestalhada. Tu que estilhaças os céus com teu culhão também retrai tuas asas ao ver um rebanho aéreo. Pobre de ti, lírica mariposa, tão vivente em si que apodreces teu som. Teu ritmo é taquicardíaco, metalizado, sempre cadenciado na mesma altifrequência. Lépido e inconstante, constando-se sua necessidade de única constância. Vives pra si e tão somente apodreces junto ao teu som. Rodopias quase caindo, quase morrendo, quase esmigalhando o ar. Porque o ar te esmigalha inteira. Contenha-se. Em redoma. Em casulo. Contenha-se. Contenha-se. Conter-se? Ora, é plausível que tu já te toda contenhas. Tu te contens a ti e a mim e ao eu-lirico teimoso que nao se contem em si. Com-se-ter nos tenho-com indomável contensão