Eu me vejo hoje angustiada com os sentimentos, angustiada principalmente com o sofrimento alheio. Parece que todos tem algo a dizer, e parece que o mesmo assunto me ronda.
E isso é um martírio.
Esqueço dos meus próprios sentimentos para ter os dos outros. Queria não me preocupar tanto.
Não consigo.
E eu estou precisando explodir. Estou precisando de alguém que se preocupe comigo, e que não critique. Não diga nada, não expresse nada, só escute.
O excesso de compreensão que todos procuram em mim me machuca. E ninguém pode ver isso, pois também tem problemas.
Não sei se meu pior problema é não ter um ouvinte ou eu mesma não me ouvir.
Tenho nojo.
Desprezo meu sentimentalismo. Queria voltar a ser a pessoa que deixou de amar e se importar, depois de ter sido tão boba.
E isso é bom. Não ter sentimentos.
Ou pelo menos dizer para si que não tem.
Tentar acreditar nisso.
Eu odeio fazer alguém escutar meus conflitos. Sinto vergonha. Sinto como se tivesse chateando-a.
Eu quero não sentir, não ter nada para contar. Ser um mármore bruto. Uma pedra não esculpida. Jamais esculpida.
Não sei pra quê, para quem foi feito o amor.
Não foi para mim.
Me sinto estúpida, talvez essa seja a palavra certa.
Estúpida por pensar que alguém se importa. Ninguém.
Que entenda minha ojeriza da feminilidade só eu mesma. Não gosto de me sentir submissa, comandada, vulnerável; comum. Quero ter poder sobre meus pés, minhas ações, e mostrar que precisará ter um novo conceito para poder me entender, e tratar.
Eu só preciso focar no futuro, e esquecer do presente. Esquecer de tudo e de qualquer tipo de emoção.
Enfim, me tornarei uma rocha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário