Às vezes eu tenho medo, até receio. Uma coisa que forçou
passagem pra dentro de mim, esmagou o esterno e se alojou no coração. Essas
nuvens de ideias, essas cores que ziguezagueiam em feixes de luz. Eu tremo no
peito quando sinto o beijo do mar em meus dedos. É uma saudade que desperta
como se as ondas um dia houvessem balançado meu berço e me afogado em pureza. O
branco da espuma que gira, e gira... uma grande criança que rodopia pra ver o
céu lhe abraçar. Eu tenho esse medo que não possa haver retorno. Por isso eu
molho minha testa, molho meu peito com uma garrafa de água mineral porque é o
mais perto de te tocar. E espero a chuva que de outro jeito te traz pros meus
cabelos e me deixa beber o teu gosto.
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