sábado, 24 de maio de 2014

Porque eu sou... não somos... porque nada

Porque eu tenho um milhão de flores e nenhum amor
Porque eu tenho um milhão de amores e nenhum sabiá
Porque eu tenho um milhão de sabiás e nenhuma cor
Porque eu tenho um milhão de cores e nenhum céu
Porque eu tenho um milhão de céus sem espectador
Porque eu tenho um milhão de espectadores e nenhuma lareira
Porque eu tenho um milhão de lareiras e nenhuma dor
Porque eu tenho um milhão de dores sem flor
Porque eu tenho um milhão de coisas e ao mesmo tempo não tenho nada
Porque eu tenho um milhão de nadas e ao mesmo tempo um milhão de coisas
Porque esses são meus dois lados
Um que tem e outro escasso
Porque somos duas ideias contraditórias 
Vivendo vidas paradoxais
Porque chamamo-nos ambíguo
E somos a dúvida sentada entre as duas pontas do caminho

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